Publicado em: 20/08/2018 |
Embora o Caminho Português de Santiago de Compostela termine como tal na cidade de Santiago de Compostela, normalmente os caminhantes continuam.
Continuam seguindo os passos dos discípulos de Santiago e caminhe desde Santiago de Compostela até ao “fim da terra”, Finisterra, para descobrir uma região encantada repleta de tradições.
Desde a mais remota antiguidade, todos os povos e todos os viajantes que vieram a este recanto ocidental da Europa sentiram desejo de prosseguir o caminho do sol, de chegarem ao fim da terra para contemplar a imensidão do infinito e ver o sol penetrando nas águas do mar.
Alguns peregrinos decidiam, já nas origens da sua peregrinação, prolongar a sua caminhada até a Costa da Morte, Finisterra, partindo de Santiago de Compostela, para chegar no último reduto de terra conhecida então, tornando a parte final da sua viagem num itinerário marcado no céu pela Via Láctea.
Os discípulos de Santiago foram à desaparecida cidade de Dugium (actual Finisterra) para requerer a autorização de um legado romano para enterrar o Apóstolo.
O Caminho jacobino de Fisterra (ou Finisterra) é a descrição mais fiel do grito histórico do peregrino, que exclamou “Ultreia!” (mais além!). E está realmente além do objetivo da Cidade de Santiago de Compostela – depois de ter venerado os restos do apóstolo São Tiago – quando muitos peregrinos decidem descobrir o fim do mundo e não hesitam em continuar a sua caminhada por mais uns dias.
No século XII o Códice Calixtino vincula definitivamente as terras de Finisterra com a tradição jacobeia. Segundo se conta, executado o Apóstolo Tiago na Palestina, os seus discípulos transportam o corpo para a Galíza numa barca, atendendo ao desejo de Santiago de que seus restos repousassem na terra onde realizou o seu trabalho evangelizador.
Os discípulos de Santiago foram à desaparecida cidade de Dugium (actual Finisterra) para requerer a autorização de um legado romano para enterrar o Apóstolo. Não confiando neles o legado manda-os prender. Eles conseguem fugir e, quando estão a ponto de voltar a ser capturados, a ponte que cruzam derruba a passagem da tropa dos perseguidores romanos, e colocar a salvo, desta milagrosa maneira, o corpo de Tiago e seus discípulos.
De Muxía, cidade perto de Finisterra, relatam-se também feitos milagrosos, como o aparecimento em carne mortal da Virgem. Na Ponta da Barca (Muxía), levantaram pelo menos três santuários ao longo da história. O mais recente, iniciado em 1716, continua enquadrado por um ambiente de impressionante beleza e conserva as pedras que a tradição associa com o casco, a vela e o timão da barca de pedra que trouxe a Virgem a esta terra para dar ânimo ao Apóstolo na sua tarefa evangelizadora. O templo, muito sóbrio e concluído no século passado com duas torres, mostra no interior um magnífico retábulo barroco presidido pela Virgem.
A tradição integra também elementos pagãos característicos da região, nomeadamente os relacionados com as pedras. A cultura popular atribuiu-lhes propriedades mágicas e curativas.
A “Pedra dos Cadris” melhora as doenças renais dos que se atrevam a arrastar-se por baixo dela. A “Pedra de Abalar” está associada a dotes divinos, em alguns casos, as crenças populares afirmam que a pedra abana quando quer e quando o faz anuncia uma desgraça.
Os caminhantes, saindo de Santiago de Compostela, que vão a este santuário tem como pretensão abanar a pedra, interpretando o movimento como uma boa disposição da Virgem a conceder o que se pede. Noutros casos, associa-se a poderes que curam a esterilidade.
Atualmente, a devoção concentra-se em duas imagens de culto que as lendas relatam que foram entregues pelo mar: o Cristo de Finisterra, de um patetismo quase humano, e uma pequena imagem da Virgem, em Muxía.
O Santo Cristo de Finisterra, que se diz que chegou por mar depois de ter sido lançado por um barco durante uma tempestade é uma valiosa talha gótica do século XIV ao qual são atribuídos caraterísticas humanas como a transpiração e o crescimento do cabelo e das unhas. Na época tornou-se um dos motivos para caminhar até ao “fim do mundo” saindo de Santiago de Compostela. Também em Finisterra, a igreja de Santa Maria das Areias conserva um importante património gótico, além da capela barroca do Santo Cristo e renascentista da Virgem do Carmo. A capela-mor (século XIV) salva a imagem pétrea da Virgem (século XVI) e, na entrada, um precioso Santiago Peregrino.
A capela da Quinta Angústia e São Miguel (finais do séc. XV) está colada ao muro da Epístola. Por seu lado, a de Santa Luzia (século XIII) ladeia, juntamente com a do Carmen, uma interessante porta exterior de estilo gótico tardio. Embora a entrada principal seja românica, no exterior predomina o gótico marinheiro. Destacam-se também a torre dos sinos (séc. XVI) e o belo cruzeiro gótico (século XV) levantado ao pé da estrada.
Enfim, como visto existem inúmeros locais/monumentos a serem vistos em Finisterra e Muxia, para quem vem de Santiago de Compostela.
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